1º) O ESPETÁCULO DA MORTE | 2ª) A MORTE SEM ESPETÁCULO |
Vem do centro financeiro e da capital do império, dragão ferido de morte no coração da riqueza e do poder. | Esconde-se nos porões da humanidade, nas favelas, cortiços e periferias da América Latina (ou seria latrina?); no abandono a que são condenados os povos da África; nos amontoados urbanos e na zona rural da Ásia e até nos bolsões de miséria dos países ricos. |
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Faz sucumbir em questão de minutos alguns milhares de vítimas perplexas e inocentes. | Lenta, mas irreversível, condena à exclusão social, à ruína e ao falecimento precoce, milhões e milhões de pessoas; elas também são vítimas inocentes. |
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Tal qual uma bomba estrondosa, explode e escreve na história o nome de numerosos mártires. | Bomba silenciosa e invisível, implode a vida de tantos seres sem rosto e sem nome, que jamais terão sequer a glória do martírio. |
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Feito de imagens inéditas e sensacionais, em que se destacam fogo e fumaça, movimento e comoção. | É vista como processo natural, ainda que marcado pela fome, a doença e a inanição. |
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Ganha amplo destaque na mídia, com fotos, reportagens, entrevistas, choro e declarações, e com direito a manchetes de página inteira e caderno especial. | Fica para sempre sepultada no desconhecimento, aparecendo, quando muito, em notas de rodapé, no mais é o silêncio, a indiferença e a omissão. |
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Ganha logo réu, juiz, advogado e tribunal, onde inimigos e amigos preparam o julgamento e a punição. | Além de alastrar-se cada vez mais, cai imediatamente na impunidade e no esquecimento. |
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Revela que todo “império” tem telhado de vidro. | Indica a necessidade de buscar para a civilização caminhos novos e alternativos, de justiça e solidariedade. |
segunda-feira, 2 de abril de 2012
O ESPETÁCULO DA MORTE E A MORTE SEM ESPETÁCULO
Contribuição de Aragão Castro
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