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Quando a campanha eleitoral já está em pleno andamento é fácil perceber se ela  está indo bem ou mal. Os sinais são visíveis e auto-evidentes. O mais eloquente  deles é a queda ou incapacidade de crescer nas pesquisas de intenção de voto.  Nessa fase, algumas vezes não é mais possível evitar o desastre eleitoral  porque, para reverter o quadro, será necessário vencer um desafio enorme:  revisar a estratégia, a publicidade, a imagem e o comportamento do candidato em  meio ao combate eleitoral e a uma batalha ainda mais intensa: a que se dá dentro  da equipe de campanha.
Além disso, mudar de rumo com a campanha em andamento  é uma questão muito delicada porque o eleitor pode não entender ou aceitar a  mudança. Afinal, o candidato já se posicionou na campanha, falou, comprometeu-se  e propôs sua imagem, o que torna qualquer mudança muito vulnerável à crítica,  pela falta de consistência, credibilidade e seriedade. O que não significa que  não se possa fazer uma mudança nos rumos da campanha com sucesso. O que importa  assinalar é que se trata, então, de uma "cirurgia" delicada e de alto risco.  
Portanto, é de fundamental importância começar bem. E, acima de tudo, evitar  começar mal. No início da campanha é bem mais difícil identificar os sinais  negativos. Nessa fase, como regra, tende-se a dar maior importância aos aspectos  favoráveis. Com muita facilidade contabiliza-se como certos os apoios prometidos  e tem-se a ilusória impressão de que haverá tempo suficiente para conquistar  tudo o que, no momento, está em falta. Pois é aí que o candidato deve ter a  sensibilidade de perceber os primeiros sinais de que a campanha não está indo  bem, a fim de poder corrigi-los imediatamente. 
Os primeiros sinais
Falta de recursos: Não é necessário  começar com todos recursos necessários para toda a campanha. É fundamental,  entretanto, dar a partida com uma provisão satisfatória para bancar as despesas  indispensáveis de início (sede, veículos, equipamentos, pessoal mínimo,  pesquisa, comunicação, despesas com deslocamentos, impressão de material, e  outras). São esses recursos básicos que permitem à campanha tomar forma,  definindo o posicionamento da candidatura. Sem eles, a candidatura "patina" no  amadorismo e na colaboração voluntária, perdendo um tempo precioso e  irrecuperável. 
Tais recursos bastam  para começar, mas 
só para começar. Com eles, pode-se montar uma  estrutura minimamente satisfatória para as providências iniciais nas áreas de  pesquisa, estratégia, organização interna e, principalmente, para o planejamento  das ações de captação de recursos. O sucesso na captação de recursos é talvez o  mais forte indicador da competência do candidato e da sua viabilidade eleitoral.  
O teste das 25 palavras: Está relacionado à capacidade de  dar uma resposta competente à seguinte pergunta: 
Quem vai  votar em você e por quê? 
Se o candidato não for capaz de  responder esta pergunta de maneira convincente e persuasiva em 25 palavras,  ainda não há campanha. Há que se oferecer ao eleitor razões fortes para merecer  o seu voto. Assim, a resposta é a mensagem da candidatura, a razão maior pela  qual o candidato deve ser votado. Ela precisa, pois, ser clara, concisa e  convincente, ser facilmente entendida pelo eleitor e retida na memória tanto  quanto a identidade do candidato - aquilo que o diferencia dos demais.  
Excesso de reuniões: Na fase inicial da campanha as  reuniões são frequentes. E é normal que sejam assim, pois cumprem a função de  deliberar, tornar as pessoas conhecidas e formar uma equipe. O problema é quando  as reuniões se sucedem e o trabalho não aparece. Há muito que fazer no início da  campanha e o tempo, embora não pareça escasso no começo, sempre será inferior às  necessidades. Passadas as reuniões iniciais e delineada a organização básica -  mediante a qual as responsabilidades já podem ser atribuídas - o trabalho deve  começar a aparecer, a ponto de os responsáveis pelos setores reclamarem que as  reuniões prejudicam as atividades. 
As reuniões continuarão sendo necessárias  e importantes, desde que não se limitem a discussões, confrontos e deliberações  e incorporem à agenda, necessariamente, o relato do que foi realizado e a  discussão do que deve ser corrigido e aperfeiçoado, bem como a deliberação sobre  o que é urgente fazer. Os consultores políticos norte-americanos James Carville  e Paul Begala forjaram uma expressão muito apropriada para tal situação,  bastante apropriada para encerrarmos esta coluna: 
"Quem sabe,  faz. Quem não sabe, se reúne." 
 
Candidato Cacau a planilha" ficará na frente do seu coração, ou a planilha ficará atrás do seu coração, nas questões onde o poder discricionário do prefeito tem que prevalecer?
Cacau Guamá 231 de agosto de 2012 16:23